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quarta-feira, 9 de março de 2011

valorcao Ambiental

O facto de se atribuir valor aos bens e serviços constitui a razão maior da divisão de águas da teoria do valor entre as duas maiores escolas de pensamento econômico – a escola marxista e a neoclássica. Marx ponderava que a única fonte de valor para um bem era o montante de trabalho socialmente incorporado em sua produção – os trabalhadores eram a única fonte do produto econômico líquido. A escola neoclássica sustenta a teoria do valor-utlidade, advogando que os bens têm valor porque têm utilidade e que a medida do valor é dada pela utilidade marginal que este bem proporciona. Para esta escola, a medida exata do valor vai ser dada pelo preço que tais produtos apresentam no mercado.

O termo valor de um bem ou serviço ambiental é entendido como sendo a expressão monetária dos benefícios obtidos de sua provisão do ponto de vista pessoal de cada indivíduo. Tais benefícios poderão ser advindos do uso direto e do uso passivo de tais bens e serviços. O valor que resulta do uso direto da amenidade é mensurado pelo valor de uso; já o valor que resulta do uso passivo é medido através do valor de opção e do valor de existência (Pearce & Turner, 1990). Então, o valor econômico total dos bens e serviços ambientais é composto por três tipos distintos de valores, a saber:
·        valor de uso: refere-se ao valor atribuído pelos indivíduos pela participação numa determinada atividade, isto é, pelo uso atual da amenidade ambiental. Por exemplo: o valor que os indivíduos estão dispostos a pagar para visitar um parque ecológico ou para conservar determinadas espécies vegetais e/ou animais que estão sendo utilizadas para fabricação de remédios;
·        valor de opção: diz respeito à disposição a pagar dos indivíduos para conservar um determinado recurso ou amenidade ambiental que poderá ser usado no futuro e cuja substituição seria difícil ou impossível. Assim, valor de opção expressa também uma preocupação com as gerações futuras. Pode-se citar, por exemplo, o valor que as pessoas estão dispostas a pagar para preservar uma floresta na esperança de que as espécies que nela se encontram possam ser úteis para gerações futuras;
·        valor de existência: quando os indivíduos obtêm benefícios pelo simples conhecimento de que determinada amenidade ambiental ou certa espécie existe, sem que haja a intenção de apreciá-las ou usá-las de alguma forma. Esse valor é conhecido na literatura como valor de existência e independe do uso direto, seja no presente, seja no futuro.

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