O facto de se atribuir valor aos bens e serviços constitui a razão maior
da divisão de águas da teoria do valor entre as duas maiores escolas de
pensamento econômico – a escola marxista e a neoclássica. Marx ponderava
que a única fonte de valor para um bem era o montante de trabalho socialmente incorporado em sua produção – os trabalhadores eram a única fonte do produto econômico líquido. A escola neoclássica sustenta a teoria do valor-utlidade,
advogando que os bens têm valor porque têm utilidade e que a medida do
valor é dada pela utilidade marginal que este bem proporciona. Para esta
escola, a medida exata do valor vai ser dada pelo preço que tais
produtos apresentam no mercado.
O termo valor
de um bem ou serviço ambiental é entendido como sendo a expressão
monetária dos benefícios obtidos de sua provisão do ponto de vista
pessoal de cada indivíduo. Tais benefícios poderão ser advindos do uso
direto e do uso passivo de tais bens e serviços. O valor que resulta do
uso direto da amenidade é mensurado pelo valor de uso; já o valor que
resulta do uso passivo é medido através do valor de opção e do valor de
existência (Pearce & Turner, 1990). Então, o valor econômico total
dos bens e serviços ambientais é composto por três tipos distintos de
valores, a saber:
· valor de uso:
refere-se ao valor atribuído pelos indivíduos pela participação numa
determinada atividade, isto é, pelo uso atual da amenidade ambiental.
Por exemplo: o valor que os indivíduos estão dispostos a pagar para
visitar um parque ecológico ou para conservar determinadas espécies
vegetais e/ou animais que estão sendo utilizadas para fabricação de
remédios;
· valor de opção:
diz respeito à disposição a pagar dos indivíduos para conservar um
determinado recurso ou amenidade ambiental que poderá ser usado no
futuro e cuja substituição seria difícil ou impossível. Assim, valor de
opção expressa também uma preocupação com as gerações futuras. Pode-se
citar, por exemplo, o valor que as pessoas estão dispostas a pagar para
preservar uma floresta na esperança de que as espécies que nela se
encontram possam ser úteis para gerações futuras;
· valor de existência:
quando os indivíduos obtêm benefícios pelo simples conhecimento de que
determinada amenidade ambiental ou certa espécie existe, sem que haja a
intenção de apreciá-las ou usá-las de alguma forma. Esse valor é
conhecido na literatura como valor de existência e independe do uso
direto, seja no presente, seja no futuro.
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